Parceria avalia diversidade de espécies em florestas de galeria e efeito de queimadas em terra indígena de Mato Grosso

Um estudo na Terra Indígena Pimentel Barbosa, localizada na região leste do estado de Mato Grosso, avalia a diversidade de espécies de árvores nas florestas de galeria. A pesquisa está sendo realizada pelo Instituto Kurâdomôdo e a UNEMAT, por meio do Projeto Aldeia Sustentável – A’uwē Uptabi, financiado pelo FUNBIO (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade).

A pesquisa está sendo desenvolvida pela estudante de pós-graduação Kamila Parreira da Silva, do Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) em Nova Xavantina, orientada pelos professores Ben Hur Marimon Junior e Simone Matias Reis (UNEMAT).

Ao todo foram registradas 62 espécies em um hectare de floresta de galeria da terra indígena, valor 54% menor do que o registrado na floresta do Parque Municipal do Bacaba (135 espécies), uma floresta protegida, mas com ocorrência ocasional de queimadas.

As florestas de galeria da terra indígena possuem muitos sinais de degradação e de entrada frequente do fogo. Essas florestas possuem um papel ecológico fundamental para os seres humanos, pois protegem os rios, garantindo maior volume e qualidade de água dos córregos.

Também é possível observar sinais evidentes de assoreamento dos córregos que provêm água para essas florestas, mostrando o quanto vêm sendo perturbadas. “É urgente a necessidade de orientar os indígenas a evitarem as queimadas nas florestas de galeria. Se as perturbações continuarem ocorrendo, essas florestas poderão ser excluídas localmente, uma vez que suas espécies não são adaptadas ao fogo e necessitam de melhor suprimento de água no subsolo”, afirma a pesquisadora Kamila.

Fotos: Kamila Parreira da Silva